Quartou | Por Vini Jr., por nós, pelo futebol e o esporte

Brasileiro foi agredido pela torcida rival, pelo adversário, pela arbitragem, tudo com a conivência de quem organiza a competição

Pré-jogo da primeira partida após os atos racistas ocorridos no estádio do Valencia; Vini Jr. acena à torcida, enquanto seus companheiros vestem a camisa 20 (Imagem: redes sociais/reprodução)

As linhas do Quartou são para o esporte – sim, reconheço que o futebol ainda prevalece como tema sobre todas as outras modalidades. Mas é do jogo e até natural pelo reflexo da exposição, investimentos e tudo que movimenta o produto futebol. Acessível, popular ou como transformador social, por isso e muito mais, ele – que também é delas – não pode ficar passivo perante ao que extrapola todas as esferas em qualquer campo da sociedade: o racismo.

Os ataques racistas sofridos por Vini Jr. são/ficam cada vez mais violentos. Com o ocorrido no último domingo (21), no Estádio Mestalla – do Valencia, foram 10 denúncias. Sem punições ou arquivadas. O clássico número agora é símbolo do descaso. Trata-se do principal jogador brasileiro na Europa, com uma das principais camisas do mundo, em uma das mais importantes ligas do futebol… E quem vence semanalmente é o racismo – resultado da omissão de La Liga.

Vini Jr. poderia, simplesmente, mudar de país, encantar outros campos, fazer vibrar melhores torcidas e tornar outro clube vencedor, ao mesmo tempo, conquistou seu lugar como galáctico do Real Madrid – com sua insistência e habilidade – seu ser vitorioso incomoda muita gente.

Agora! La Liga, Real Madrid, UEFA, CBF, FIFA, essas e as demais instituições precisam agir mais do que com faixas, hashtags e dizeres antirracistas, é preciso urgentemente contra-atacar o crime na Justiça. O brasileiro ganhou o apoio do Presidente Lula e o Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino – reação de um Brasil que retorna ao cenário mundial, levanta a bandeira pela preservação dos Direitos Humanos e se impõe na luta contra os discursos e atos de ódio.

Basta! Não tem bola que role para racista. Em outros momentos, acontecimentos prometeram mudanças definitivas e foram vencidas pelo fôlego ou desgastadas pelo tempo. Vini Jr. foi agredido pela torcida rival, pelo adversário, pela arbitragem, tudo com a conivência de quem organiza a competição. Ao vivo. Para o mundo. Cercado pelas placas dos patrocinadores e não pelos muros de uma viela onde a lente do jornalismo tradicional não alcança.

Chega! Se nada acontecer é como se estivesse validado ser racista, e isso é ver a derrota do futebol ao trocar o campo pela terra sem lei. Estamos no último lance. A última bola. Todo mundo no ataque e a vitória só vale com punições em escala aos indivíduos, agremiações e confederações responsáveis. Não pelo ocorrido no final de semana, mas por todas as ocorrências. Por ontem, pelo hoje e para sempre. Racista, seu lugar não é no esporte. Viva, Vini Jr. e o seu jogo! Por nós. Pelo futebol.

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