Start | A história dos games nas páginas

O estande gigante da Nintendo na Brasil Game Show 2023 desbloqueou uma fase da infância. Assopra a fita, volta no tempo e o salto é para o dia em que o videogame amigo por boa parte dos anos 90 foi embora. Foram os cogumelos, ficaram as lembranças. O console que partiu sem muita despedida levou Mario e o seu universo para longe de casa. Era um sinal que parte da criança estava indo pelo cano.

Reset. Um novo mundo. Na adolescência o natural era por novas amizades. E as criaturas foram chegando, se apresentando diariamente e de repente já contava mais ou menos pra lá de 150. Tinha quem já conhecia o enredo das telas e as aventuras de um Game Boy, eu fui capturado pela animação. Pokémon: temos que pegar! Da televisão direto para um raio de coisas, a evolução chegou em formato de pôster, figurinhas, muitos tazos e não menos em miniaturas.

Duas jornadas e em comum a mesma empresa como canal para dois sucessos absolutos e duradouros no meio da Cultura Pop: Mario e Pokémon. As franquias da Nintendo foram ao longo dos anos acumulando números incontestáveis. A dupla de irmãos encanadores acompanhou a evolução do videogame e, em 2023, avançou sobre outra plataforma, subiu ao pódio como a segunda animação mais assistida da história do cinema.

Na mesma linha de feitos recentes, em Pokémon, Ash precisou viver muitos desafios desde o dia em que partiu rumo ao desconhecido até alcançar o tão desejado lugar. Depois de 25 temporadas, uma coleção de filmes e muita torcida, o protagonista alcançou o status de mestre. O treinador do icônico Pikachu se viu pronto para assumir novas questões e ativar na agenda outras responsabilidades.

De capítulo em capítulo, com narrativas que continuam em desenvolvimento, um tipo de armazenamento para dados do passado venceu os chefões da passagem de tempo e o avanço tecnológico. As publicações sobre jogos eletrônicos não se entregaram, o mercado mudou, o hábito do público também, mas o meio vence com coleções como a Nintendo All-Stars da Biblioteca Old!Gamer, lançada pela Editora Europa.

No compilado de materiais que reúne cada revista, a edição de Mario traça uma riquíssima linha do tempo dos jogos do personagem, inclusive suas aparições assumindo diferentes papéis profissionais em outros produtos da famosa desenvolvedora, como quando exerce a função de um carpinteiro em Donkey Kong (1981). Nas páginas reservadas ao conteúdo bônus, a cor verde predomina, mas não é uma referência ao Luigi, trata-se do dinossauro mais que fundamental para superar muitos dos desafios em Super Mario World. O especial de Yoshi elenca jogos que pularam em direção ao sucesso e outros cancelados, além de uma espécie de anatomia com os pontos altos da sua performance.

O título exclusivo de Pokémon ressalta como o produto evoluiu desde o seu lançamento sem perder essência e interesse de fãs de todo o mundo, mesmo ousando com variações, como em Pokémon Snap. No jogo de 1997 o ato de capturar consiste literalmente em fotografar o Pokémon desejado. Francamente, criatividade nunca foi um problema nesse universo, no pacote a revista apresenta estatísticas individuais, do mais pesado ao menor de todos, e elenca os mais inusitados e improváveis bichinhos.

Créditos finais

O trabalho de pesquisa e levantamento das informações reunidas nas revistas de Mario e Pokémon funciona como um ótimo movimento de preservação das curiosidades, processos e sobre a jogabilidade da indústria para arrecadadar moedas aos montes. Fato. Porém, no exercício de folhear o level da leitura aumenta no momento em que a personagem mais importante percebe sua posição nesse game – cada pessoa que um dia conectou um controle, voltou do pause ou que nunca se deu por vencido mesmo na fase mais difícil – ela foi (é) co-autora da história do videogame, essa que está nas páginas.

Além de Mario e Pokémon – meus compradinhos na Brasil Game Show 2023 – a coleção de Nintendo All-Stars – Biblioteca Old!Gamer (Editora Europa) é composta pelos títulos The Legend Of Zelda, Donkey Kong e Metroid.

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