TBTerritório | Carnaval 2025
Nas ruas de Ribeirão Pires: Bloco dos Gêmeos e Bloco Maracatosco; na avenida: Rosas de Ouro campeã em São Paulo
Bateria Univitelina do Bloco dos Gêmeos e concentração do Bloco Maracatosco (Imagens: Território Livre Fm)
O Carnaval mais um ano marcou território com desfiles, festa e alegria. Em alguns lugares do Brasil – gerando um pouco de tristeza e muita revolta – foi perseguido e questionado pelos mesmos de sempre, personagens da própria festividade que negam enredos e origens, pela velha politicagem e algumas instituições. Nada abala. Festejar é um direito e resistência. As comemorações não são ataques, são celebrações. Como explicar alguém que é contrário a felicidade coletiva? Além de tudo isso, ganha a cultura, o turismo, a economia e a capacidade de se ver na mesma caminhada com alguém que talvez você nunca mais veja.
Bloco dos Gêmeos
O Bloco dos Gêmeos acontece em Ribeirão Pires desde 2017, a cada ano a proposta ganha mais componentes na bateria Univitelina, mais foliões desfilando pela cidade e mais iguais para chamar de irmã e irmão. No domingo, 2 de março, os pares, trios, sextetos… saíram do Paço Municipal, levaram a galera até a Praça Central tocando músicas tradicionais do Carnaval de Rua e outras que colocaram o bloco para pular e dançar – muito!
No Bloco dos Gêmeos, o legal é ser igual, é ser diferente, é suar junto cantando “minha pequena Eva” e soltando o grito coletivo: “Sem anistia!”. O que importa é manifestar a cultura de resistência que é o Carnaval. Durante o trajeto foram várias palavras de ordem a favor da cultura local, do respeito e – na festividade carnavalesca – começou ali o aquecimento para o 1º Oscar do Brasil, confirmado mais tarde: Ainda Estou Aqui foi consagrado Melhor Filme Internacional. A vida presta!
Maracatosco
O Maracatosco de 2025 foi único. Pela primeira vez a ARCA (Associação Ribeirãopirense de Cidadãos e Cidadãs Artistas) levou a 23ª vez do tradicional-bloco-popular às ruas da Estância Turística. Trabalhadores e Trabalhadoras da cultura, coletivos, blocos da região ABCDMRR, crianças, bonecões e bateria formaram a plena harmonia para o desfile que se faz anualmente inédito. Aonde é? Ribeirão Pires.
De novo e novidade é sempre-talvez o risco de pela última vez ter vivido o Maracatosco evoluir por um lugar que no ano seguinte pode já nem existir: o calçadão da Rua do comércio, o que sobrou de calçada no comércio de rua do centro novo, o saudoso Palco da Praça… Aonde foi? Ribeirão Pires.
As marchinhas do Maracatosco são luzes nas ruas pouco iluminadas – mesmo no centro de Ribeirão Pires, são gritos sobre a falta de reconhecimento das vozes que fazem arte na cidade e hinos para aproveitar o que de melhor o Carnaval oferece: a coletividade. Viva o Maracatosco e toda vez sua primeira vez de novo para nós que já queremos mais Carnaval.
Desfiles de São Paulo
O Anhembi virou uma plataforma para ‘Rosas de Ouro em uma Grande Jogada’ – o carnaval campeão de São Paulo – a escola apostou dentro do seu enredo na conhecida máxima de que o medo de perder não pode tirar a vontade de ganhar. Abrindo um grande tabuleiro de referências durante o desfile, com Mario, Pokémon e outros clássicos do passatempo da era analógica, a vitória veio com emoção, como no melhor do divertimento nos jogos, após a leitura da última nota.
No final da apuração, a Rosas de Ouro somou 269.8 pontos para levantar seu 8º troféu e quebrar o intervalo de título, que persistia desde 2010. No sobe e desce do jogo das escolas de samba, Acadêmicos do Tucuruvi e Mancha Verde deixaram o Grupo Especial de São Paulo, que terá uma estreante em 2026: a MUM – Mocidade Unida da Mooca, vice-campeã do Grupo de Acesso I, vencido pela Tom Maior.
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