Dia 12 | Vôlei de Praia do Brasil está eliminado; Precisamos falar sobre isso
Discutir o Esporte é necessário sempre, políticas públicas são fundamentais para o desenvolvimento das modalidades

Alison e Álvaro, em Tóquio (Imagem: Gaspar Nóbrega/COB)
O Vôlei de Praia não terá o Brasil nas finais. Com medalha desde a sua entrada no programa Olímpico, em Atlanta 1996, Alison e Álvaro foram eliminados pela dupla da Letônia Plavins e Tocs. Os europeus já haviam eliminado na fase anterior o outro time brasileiro, Bruno e Evandro.
Ao final da partida, daquelas que nada deu muito certo, Alison, Ouro com Bruno no Rio 2016, pediu mais atenção e desenvolvimento do esporte no país, da mesma forma que o resto do mundo está fazendo. “Brasil e Estados Unidos não dominam mais. Temos que sentar e conversar. Até hoje não fomos perguntados sobre nossa opinião. Não é só trazer os times para o Mundial. É ter um circuito mais forte, é valorizar categorias de base e comissões técnicas”, disse o atleta.
A pauta é importante e necessária sempre, teoricamente um novo ciclo Olímpico para o Vôlei de Praia já começou. E a modalidade precisa voltar ao pódio em Paris. Com a deixa de Alison, aqui é o momento certo para voltar ao tema Políticas Públicas do Esporte no Brasil, como foi prometido no Dia 3 (leia aqui) deste Diário da Olimpíada.
Bolsa Atleta
O Bolsa Atleta é um dos maiores programas de incentivo ao Esporte do mundo. Criado em 2005, durante o governo do presidente Lula (PT), o projeto federal contempla esportistas de modalidades que fazem parte dos programas dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
No último ciclo, antes de Tóquio, que compreende os anos de 2017 e 2020, durante os mandatos de Temer (MDB) e Bolsonaro (sem partido), o programa sofreu uma redução de orçamento em 17%, o primeiro registro de queda desde a criação do Bolsa Atleta. Antes, o histórico de crescimento da política pública destinada ao esporte era de 100% a 200% a cada intervalo Olimpíco.
Atualmente, o fomento aos atletas está dividido em seis categorias: Atleta de Base; Estudantil; Nacional; Internacional; Olímpico/ Paralímpico; e Pódio. O menor valor de uma bolsa é R$370 e pode chegar até R$15 mil, conforme cada categoria. Pago em 12 parcelas, o benefício é destinado diretamente aos contemplados pelo programa, sem a necessidade de moderadores, como clubes, federações ou confederações.
Em Tóquio, a delegação brasileira é formada por 302 atletas, sendo 242 bolsistas, cerca de 80% do time brasileiro. Ao todo, neste ano, 7.197 atletas foram contempladas/ contemplados pelo Bolsa Atleta.
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