Quartou | É mês de Copa!
A bola vai rolar para 32 seleções na Austrália & Nova Zelândia; e como chega o futebol feminino nacional em tempos de mais uma disputa de mundial?

Treino da seleção brasileira, no último sábado (1), visitado pelo Presidente Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
Julho de 2023 chegou. No calendário esportivo, o mês é de Copa do Mundo de futebol feminino. A 9ª edição do mundial já é marcante antes mesmo do pontapé inicial. Pela primeira vez na história 32 seleções irão disputar a competição. A defesa do título está nos pés das estadunidenses, que chegam na Austrália & Nova Zelândia com o objetivo de alcançarem o tri consecutivo e o pentacampeonato. Alemanha, duas vezes, Noruega e Japão completam a lista de campeãs.
Nossa seleção tem um vice, conquistado em 2007. De lá pra cá foram muitos avanços. Fora de campo, principalmente. Tudo com muita persistência. Se faltava interesse pelo lado dos cartolas, sempre sobrou vontade nas minas. Do tempo da proibição, do “ninguém assiste” até a obrigatoriedade, desde 2019, para clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro dos homens investirem em estrutura e equipes no futebol das mulheres.
O jogo ainda não está ganho. O ano é 2023 e o principal campeonato do país, o Brasileirão, aconteceu com jogos sem transmissão, desequilíbrio técnico evidente pela falta de investimento e derrota por W.O., resultado que se deu pelo atraso de pagamentos. Sem contar os jogos de ida das quartas de final: São Paulo, Internacional, Flamengo e Cruzeiro mandaram suas respectivas partidas decisivas em estádios secundários. Longe da torcida e fora dos grandes palcos, um grande gol contra da instituição organizadora.
A favor, a seleção brasileira foi convocada por Pia Sundhage no último 27 de junho sobre o olhar atento da mídia, torcida e opinião crítica – o que é bom. Melhor ainda, o anúncio de um suporte digno de toda prática de alto rendimento. Durante a cerimônia de anúncio da lista de jogadoras, a CBF, também, apresentou o Núcleo de Saúde e Performance que será responsável pelo cuidado com as atletas e a saúde da mulher.
O departamento será integrado por fisiologistas e analistas de desempenho, dando condições fora de campo para aprimorar a performance. Completam o time nutricionista, ginecologista, médicos, massagista e psicóloga. Segundo o veículo Dibradoras, a comissão técnica da seleção brasileira feminina é constituída por 31 profissionais, sendo a maioria formada por mulheres, 17 no total. Vamos para a lista que representará o Brasil na Copa do Mundo 2023:
Goleiras: Bárbara (Flamengo), Camila (Santos), Leticia Izidoro (Corinthians);
Defensoras: Antonia (Levante UD – Espanha), Bruninha (NJ/NY Gotham – EUA), Kathellen (Real Madrid – Espanha), Lauren (Madrid CFF – Espanha), Mônica (Madrid CFF – Espanha), Rafaelle (Orlando Pride – EUA), Tamires (Corinthians);
Meio-campistas: Adriana (Orlando Pride – EUA), Ary (Louisville City – EUA), Ana Vitória (PSG – França), Duda Sampaio (Corinthians), Kerolin (North Carolina Courage – EUA), Luana (Corinthians);
Atacantes: Andressa Alves (Houston Dash – EUA), Bia Zaneratto (Palmeiras), Debinha (Kansas City – EUA), Gabi Nunes (Sem Clube), Geyse (Barcelona – Espanha), Marta (Orlando Pride – EUA), Nycole Raysla (Benfica – Portugal)
Suplentes:
Defensora: Tainara (Bayern de Munique – Alemanha); Meio-campista: Angelina (OL Reign – EUA); Atacante: Aline Gomes (Ferroviária).
Antes do embarque oficial para a Oceania, a seleção brasileira teve uma agenda de preparação, votos de boa sorte e um amistoso de despedida. Entre os treinos, a delegação recebeu, no dia 1º de julho, a visita do Presidente Lula e a Ministra do Esporte Ana Moser – falas de incentivo, propostas de fomento à modalidade e o compromisso político para fortalecer a candidatura do Brasil para sediar a Copa do Mundo 2027 marcaram o encontro.
Já na manhã de domingo (2), na Arena BRB Mané Garrincha (DF), a equipe fez um amistoso de despedida contra o Chile. Sem muitas dificuldades, Gabi Nunes, Duda, Luana e Geyse marcaram os gols do 4 x 0. Marta entrou aos 28’/2ºT – aplaudida pela arquibancada e suas 15.892 pessoas. Nessa terça-feira (4), o Brasil desembarcou na Austrália e segue em preparação até a estreia, contra o Panamá, no próximo dia 24.

Por aqui, para quem quiser aquecer a torcida, são boas as opções. Para amantes das coleções, a Panini lançou o álbum oficial da Copa do Mundo 2023, com 580 figurinhas para colecionar – e o que vale para preencher as páginas de todas as 32 seleções é criar estratégias para diminuir o impacto no bolso, seja trocando as repetidas ou numa boa e velha disputa do popular jogo de bafo.
Outra ativação em cartaz está no Museu do Futebol, em São Paulo. O local sedia a exposição Rainhas de Copas, “que explora o desenvolvimento do futebol feminino desde 1988, quando foi realizado o mundial experimental, passando pelas conquistas da modalidade e das profissionais ao longo dos mundiais. A mostra apresenta imagens, dados e histórias até hoje pouco conhecidas pelo público”. A exposição permanece aberta para visitação até o dia 27 de agosto, variando entre dias com entrada gratuita e valores que vão de R$ 10 a R$ 20.

Vai, Brasil!