Bienal do Livro | Trânsito livre para a literatura, reflexões e programação cultural

27ª edição do evento literário aconteceu em São Paulo, no Distrito Anhembi, entre os dias 6 e 15 de setembro

A Bienal Internacional do Livro de São Paulo é ponto de encontro. Nesta 27ª edição, o maior evento cultural da América Latina apresentou ao público uma programação com mais de 1.500 horas de atrações. Convite perfeito para encontrar – ao gosto de cada pessoa – uma troca de ideias com trabalhadoras/trabalhadores do meio literário, sessões de autógrafo com autoras/autores, mesas de bate-papo e uma infinita gama de promoções, lançamentos e obras para as mais diversas preferências e idades.

Atravessando as ruas da Bienal do Livro, na terça-feira (10), entre ótimas ofertas, alguns achados para importantes reflexões. O estande da Amazon realizou uma mesa com o tema Literatura Brasileira: Desafios e Oportunidades Para Quem Escreve, com mediação de Taíssa Reis e falas de Andrea Del Fuego, Mari Sales, Mayra Sigwalt e Ryane Leão. O cruzamento de ideias levou a atenção da conversa para diferentes meios, farol verde para refletir o setor literário de ponta a ponta.

Nesse sentido, a escritora Andrea Del Fuego provocou sobre “como a indústria tem seu calendário de produção, exposição e entrega das obras ao público – respeitando as datas comemorativas e dos grandes eventos.” Em paralelo, questionou como está organizado o lado de quem escreve e ressaltou que o meio é um tráfego em que “cada escritora e escritor inaugura o seu jeito de escrever.”

Amazon realizou a mesa ‘Literatura Brasileira: Desafios e Oportunidades Para Quem Escreve’, com mediação de Taíssa Reis e falas de Andrea Del Fuego, Mari Sales, Mayra Sigwalt e Ryane Leão (Foto: Leonardo Henrique)

Na sequência, o assunto passeou pela quantidade de plataformas e recursos para tornar a escrita pública, responsabilidades e performance podem ser carros em mãos diferentes, sob o ponto de vista das profissionais. Para Mayra Sigwalt, “construir uma relação com o público não é permanecer online 24 horas.” Na pista das multitarefas, Mari Sales expôs a divisão do seu processo, “enquanto o Word está aberto é o tempo para a criatividade. Ao fechar a ferramenta entra em cena a empresária.” Em mais uma confluência do lugar das redes com as ruas, Ryane Leão disse que “a poética se perde com a pressa em ser vista. A rede social é uma encruzilhada, há muitos caminhos, quais servem ao seu trabalho?”

Mais trânsito de possibilidades

Sem derrapar na sua proposta, o SESC tem no DNA – ou chassi, para não sair da linha de escrita – contribuir com a natureza do pensar durante os dias de Bienal do Livro. Na mesma terça-feira (10), a instituição levou ao seu espaço Adriana Reis, Paula Scarpin e Rita Palmeira para a conversa Narrativas Contemporâneas – Realidade e Ficção nos Podcasts. O rádio não ficou de fora do debate. Os meios compartilham o interesse comum da audiência, aliando tradição e modernidade, outra semelhança entre rádio e podcast é dividirem o canal de que boas histórias precisam ser amplificadas. As ferramentas não estão estacionadas nesse ir e vir.

Espaço do SESC recebeu Adriana Reis, Paula Scarpin e Rita Palmeira para a conversa ‘Narrativas Contemporâneas – Realidade e Ficção nos Podcasts’ (Foto: Leonardo Henrique)

No rádio o compartilhamento é coletivo, comunitário e para a rotatividade de quem está de passagem pela estação. O conteúdo pede repetição. No podcast a experiência é, em muitos casos, uma sonoridade mais individual e concentrada, compartilharam as convidadas durante suas falas. Assim, a escrita é o que fortalece as ferramentas de comunicação rádio e podcast, seja pelo roteiro, guia ou esboço.

Passeio através e com os livros

Dessa passagem em que, por tantos caminhos, a palavra é fio condutor, arte e profissão, entre o registro no papel ou em um programa de textos, a linha de produção avança por etapas sem desacelerar no que poderia ser um ponto final. A venda de livros, também, se reinventa, promove e convida o público.

Da vivência da Bienal e prática nas livrarias, até mesmo o dia do esperado lançamento é percurso – não fim. Um evento, bate-papo ou leitura coletiva é oportunidade para a união de gente com os livros, como foi dito, ouvido e visto. São sentidos. É começo, abertura e novidade. Uma carona dos sonhos é partir dessa parada com novos desdobramentos.

Então, atenção: dê preferência aos livros, à escrita e as boas histórias, vida-longa-ruas da Bienal do Livro de São Paulo.

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