Diário da Copa | Dia 5 é do Brasil de Richarlison e de um tal CR7

Dois gols e nenhum susto para a seleção de Tite, além de Portugal na história dos mundiais

O voo do pombo-Richarlison para a história dos mundiais (Imagem: FIFA/Reprodução)

Dia de Brasil. Estreia, eliminação ou final de Copa é sempre um capítulo para ficar na memória. Com quem e onde, sensação e sentimento, pipoca ou churrasco. Cada época do seu jeito. Neste ano, o verde e amarelo pede um contorno: as cores da democracia, do respeito e justiça.

Chegamos até aqui passando por dores jamais sentidas, as consequências pela falta de governo durante a pandemia e uma goleada (muito mais assustadora que o 7 x 1) de ataques contra os direitos, políticas públicas e bens da população brasileira, como a Amazônia.

Acrescente a todo esse cenário as questões sobre o país-sede da Copa-2022 e todo o seu atraso no tratamento com as mulheres, comunidade LGBTQIA+ e trabalhadores. Outro gol contra é o camisa 10 da seleção pentacampeã mundial que demonstra tropeçar de vez em sempre na bola da razão, dos seus compromissos e não esconde pra ninguém que vive com seus parças em uma bolha muito distante da realidade.

Quantos adversários até poder chegar naquilo que parece tão simples e coisa que a gente já fez em outras épocas de forma mais tranquila: torcer pro Brasil pintar campeão para todo o mundo ver. Bom, melhor fazer isso com toda a consciência do tempo/lugar que estamos/vivemos.

Na bola, não poderia ser melhor. Talvez se não tivesse precisado tantos minutos até o primeiro gol. Richarlison, aos 62′, no lugar certo e na hora que tinha que ser, num rebote depois da finalização de Vini Jr. livre – livre para estufar a rede. Thiago Silva, seguro. Casemiro, preciso. Alisson, sem esforço. Como o voo do pombo-Richarlison. Uma pintura. Cheio de estilo, classe e consciência – de classe. 2 x 0. A Sérvia já foi. No outro jogo do grupo, Suíça 1 x 0 Camarões. Deu a lógica. Contra os suíços, na segunda-feira (28), um novo desafio e a disputa pela liderança.

De desafio em desafio, essa é a deixa para convocar Cristiano Ronaldo. O atacante português de 37 anos, que durante a preparação no Catar rompeu seu contrato com o Manchester United, tornou-se o primeiro atleta com gols em 5 edições de Copa do Mundo Masculina (2006, 2010, 2014, 2018 e 2022). Marta foi a primeira a realizar tal feito nas disputas de 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019. O gol de CR7 batendo pênalti abriu a vitória dos portugueses contra Gana, 3 x 2.

Se o assunto é gol, não temos muita coisa pra escrever sobre Uruguai 0 x 0 Coreia do Sul. Não é por falta de jogadores acostumados com o ato, mas por uma tendência que já se mostra parte da Copa-2022: 25% dos jogos da primeira rodada terminaram no zero, sem nada, nadinha. Não teve acréscimo, VAR ou pênalti que salvasse. Se bem que, em alguns desses jogos, não ter gol foi detalhe, faltou o próprio futebol.

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