Quartou | Viva à Copinha

Neste ano, o Água Santa levou a região do ABC até as Oitavas de Final; o Estádio Bruno José Daniel foi até as Quartas, sede de dois jogos

Mauá recebeu os jogos do Grupo 28 da Copinha 2023 (Foto: Território Livre Fm)

A Copinha 2023 começou quase ao mesmo tempo do novo ano, logo no dia 2 de janeiro, e terminou nada mais nada menos que na última volta do relógio, com o seu gol decisivo nos acréscimos da partida final. Como tradicionalmente se apresenta, a competição de base não abre espaço para jogar um segundo fora, seja para descanso, de oportunidade para se destacar no meio de tantos jovens ou na hora de cravar o título.

Como um raio, num ritmo clássico de uma obra Shakespeariana, a juventude explode para todo lado durante os poucos 24 dias de bola rolando. Riso pelo gol, emoção pela classificação ou choro compulsivo pela falha. Tem de tudo. Com 128 times, nem todo mundo ganha seus minutos de fama, mas tem muito garoto que emplaca sua própria narrativa.

Para uns, a Copa São Paulo é o prólogo de uma longa carreira no futebol. Para outros, o epílogo. Dramaturgia curta no esporte. Seja pelas linhas da própria vida que escrevem por outros caminhos e carreiras, como, também, pelo cansaço de muitas vezes bater na trave do profissionalismo. Se com muitas histórias para quem corre dentro do campo, fora dele a escalação não é menos extensa, é muita gente envolvida: comissão técnica, familiares, canais de imprensa (mídia tradicional e local), além, lógico, das arquibancadas.

Futebol e público, como Romeu e Julieta, feitos um para o outro. E são muitos os obstáculos vencidos antes, durante e depois do encontro. Estrutura dos estádios, gastos, embora com entrada gratuita para os jogos, tem a soma do transporte, alimentação e, às vezes, um gasto extra com a capa de chuva. Água, frio, sol, um pouco de cada um ou tudo numa mesma tarde, é da natureza da Copinha.

Nesta temporada, sentimos na pele um pouco disso. Pela primeira vez, em Copa São Paulo, no estádio – que é pra ter mais emoção. Sentir o clima e anotar na rede um pouco sobre essa experiência. Estivemos em duas rodadas do Grupo 28, sediado no Estádio Pedro Benedetti, em Mauá. Os times da casa não avançaram, mas Grêmio Mauaense e Mauá FC assinaram mais um vez o capítulo da região ABCDMRR na mais importante competição de base do Brasil. Dos lados de cá, o São Caetano foi mais um que ficou na Fase de Grupos.

Ainda nessa mesma etapa, o melhor jogo de um representante do ABC Paulista: Santo André 3 x 0 Santos. O resultado valeu a liderança da chave. Outro que avançou no 1º lugar, o EC São Bernardo venceu CSA e Operário, garantindo a colocação com antecedência. Fechando a trinca, o Água Santa completou o elenco da região no mata.

Santo André e EC São Bernardo não conseguiram ir mais longe que a Segunda Fase. Já o Água Santa eliminou o Vila Nova, foi corajoso na vítória nos pênaltis contra o Atlético-MG e não menos na derrota por 1 x 0 para o Santos, nas Oitavas de Final. Em 2023, o Netuno foi o clube que levou a região do ABC mais longe. Como sede, o Bruno José Daniel foi até as Quartas de Final, casa de duas partidas, classificações do Palmeiras e Santos. Na semi, os dois grandes do estado foram mandantes nos seus próprios palcos.

Hoje, ato final e aniversário de São Paulo, chegaram Palmeiras e América-MG para a decisão que mais uma vez não aconteceu no meu – no seu – no nosso Pacaembu. Obras da chamada modernização. O embate foi no Canindé. Nas comemorações da cidade, o Palmeiras fez o seu bicampeonato, gol de Patrick no último lance da edição de 2023. Ótimo roteiro.

Em tempo, parabéns, cidade de São Paulo! E um grande viva à Copinha, nos vemos pela região do ABC Paulista em 2024.

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