Sem anistia: o começo do fim é urgente

O maior responsável pela série de atentados contra a democracia no Brasil precisa responder

Não é ato isolado. Mais uma vez. O bolsonarismo ataca e tem método. Cobrar empatia por quem age covardemente ou tratar como questão de saúde mental seguidores-terroristas daquele que acredita que tudo se resume a “mimimi” é negar a realidade. A única alternativa para tratar as consequências provocadas pelo inelegível é a punição do mesmo pelos crimes praticados contra a vida durante a pandemia, suas tentativas de enriquecimento com bens indevidos e a incitação – recorrente – de atentados contra a democracia.

A prisão de Bolsonaro é o caminho – possível – para a liberdade desse processo que começou na eleição de 2018 e não tem luz no fim do túnel que aponte para o seu final. Serão anos de resquícios nas câmaras, prefeituras e assembleias, muitos interessados ainda disputarão as rédeas do seu curral eleitoral, mas nada disso é tão mais importante – neste momento – que tirar de uma vez por todas de campo o emissor e o acesso dele as plataformas, coluna de jornal, redes sociais e palanques. O maior responsável precisa responder – imediatamente.

Seu jogo dentro das quatro linhas – tão repetido e nada praticado – é, depois de mostrar-se trágico, oportunista e farsesco nesta altura do campeonato, mira apenas na ânsia de ser perdoado, condição que o levaria ao encontro de Trump, de volta ao Palácio do Planalto e, no melhor do seus planos, livre para avançar com a boiada. A bomba endereçada ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (13), caiu – metaforicamente – no colo de Bolsonaro. Como numa animação típica do passado, o coyote em pele de lobo – que não é solitário – vê seu artefato lançado voltar, aceso e no último restinho de pavio, num estouro de realidade, do seu núcleo surgir uma bandeirola tremulante, nela escrito: sem anistia.

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