Diário da Copa | Dia 29 com uma final histórica e o tri da Argentina
Empate, emoção e pênaltis. Mbappé brillha, mas Messi termina como a estrela do mundial
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Título e comemoração dos argentinos no Catar (Imagem: FIFA/Reprodução)
Um. Dois. Messi & Di María. O gênio e a magia. Hoje eles se encontraram mais uma vez em campo. Não teve lesão, teve futebol. 45 minutos. A França sentiu. Não acompanhou a correria de quem entrou para ganhar. O camisa 11 sofreu o pênalti convertido pelo 10, com 23′ da decisão. Para o placar típico dos argentinos no Catar, não demorou para trocar o 1 pelo 2 a zero. Contra-ataque imparável, toque de bola preciso. Messi, Julián Alvárez, Mac Allister e Di María para o segundo gol aos 36′. A dupla virou quarteto. A vantagem ficou enorme.
O desespero de Deschamps não menos. Giroud e Dembélé foram sacados do time antes dos 40′. Mexida em dobro. Entraram Thuram e Kolo Muani. Eles que inverteram o rumo das coisas na semifinal contra Marrocos – que era melhor até antes da entrada deles – foram apresentados ao tamanho do problema antes do intervalo. O desafio era incômodo, tirar a Argentina do conforto. O 2ºT não trouxe grandes mudanças. No minuto 26, Griezmann também deixou o time.
Das estrelas do ataque, Mbappé ficou sozinho. E ele não precisa – nem precisou – de muito, apenas dois lances. Um pênalti e um espaço com liberdade – tudo em pouco mais de dois minutos, aos 35′ e 36′ – o jovem de 23 anos fez nascer a igualdade e a esperança pelo bi consecutivo. 2 x 2. Incrível. Tudo mudou. O som do estádio era outro. Hermanos e amantes do futebol respiraram o apito final. 90′ e acréscimos não bastaram, o jogo que Argentina e França fizeram precisava de uma prorrogação.
O tempo extra pareceu, mais do que nunca, continuação. Sem gols no 1ºT, tudo ficou guardado para os últimos 15 minutos de bola rolando na Copa-2022. Logo aos 3′ – 108′ no cronômetro – Messi foi de novo pra rede. Lloris evitou na tentativa de Lautaro Martínez. No rebote, o inevitável, 3 x 2. Nada definido. Em um jogo de tanta entrega, todos tinham algo a mais para dar. Sem descanso. Aos 118′, bola no braço de Montiel e penalidade máxima para a França. Mbappé para a bola, para o gol e para mais pênaltis. 3 x 3. Antes das cobranças, no pouquinho de tempo restante, muita coisa aconteceu. Resumo de um jogo maior que qualquer coisa. Kolo Muani recebeu nas costas dos defensores, sozinho contra Emiliano Martínez bateu forte para uma defesa gigante do goleiro com os pés. Ainda em tempo, Lautaro perdeu outra boa chance.
Nas cobranças, Mbappé e Messi abriram as séries. 1 x 1. O desempate veio pelas mãos de Dibu contra Coman, na cobrança pra fora de Tchouaméni e com os acertos de Dybala, Paredes e Montiel, sua redenção. Que vitória – com emoção quase além da conta, é verdade – do time campeão da Copa América, da Finalíssima e da Copa do Mundo. De Scaloni, conhecedor sem igual do time que tinha na cabeça, no campo no seu banco e do outro lado.
Do tropeço contra a Arábia Saudita para a única seleção das 31 no Catar que venceria no Estádio Lusail, neste 18 de dezembro, a França de Mbappé. Messi chegou lá. E como era importante para ele e o seu povo. Os cânticos ecoaram alto por onde a Argentina passou. Os ex-jogadores estavam no lugar de torcedores, empurrando, representados por quem estava com a bola da vez. Maradona não estava nesta Copa – diferente de todas outras que vi, fosse no campo, como treinador ou na torcida – mas estava no peito argentino, onde agora mora uma nova estrela. Viva, Argentina.
Prêmios e Messi x Mbappé
Nos prêmios individuais, Enzo Fernández foi a revelação, Emiliano Martínez a Luva de Ouro e Messi a Bola de Ouro, único jogador eleito duas vezes o melhor de uma edição de Copa do Mundo. Entre vários feitos, o camisa 10 lidera, também, o título de mais jogos em Copas, 26, além de ser o atleta que mais foi capitão de uma seleção, com 20 partidas. Messi encerra a Copa-2022 com 13 gols e 9 assistências somando suas 5 participações em mundiais.
Outro com uma escrita repleta de feitos e apenas 23 anos, Mbappé foi o primeiro jogador a fazer 8 gols em uma Copa desde Ronaldo em 2002. O francês se isolou com mais gols em finais de Copa do Mundo, 4. Somando as edições de 2018 e 2022 o atacante do PSG tem 12 gols, 4 a menos que Klose, o maior artilheiro da história das Copas.
Acabou, mas logo tem mais
O futuro vem aí. Em 2026 no Canadá, EUA e México, o primeiro mundial masculino com 48 seleções. Antes, em julho e agosto de 2023, a Copa do Mundo Feminina desembarca na Austrália e Nova Zelândia.