Diário da Copa | Não teve jogo no Dia 18, mas temos Casagrande

Copa do Mundo é evento, entretenimento e, às vezes, difícil de torcer

Casagrande! (Imagem: Internet/Reprodução)

Não tem texto longo. Ficamos só pela vontade de um joguinho. Mas vale um meio de campo. O comentarista, ex-jogador e um dos líderes da Democracia Corinthiana, Casagrande, comparou o lugar dos pentacampeões brasileiros assistindo aos jogos com a forma dos ídolos argentinos de torcerem na arquibancada, cada grupo por sua respectiva seleção. Não foi uma bola fora. São dois cenários, duas leituras possíveis. A mensagem está dada quando se escolhe a poltrona ao invés da cadeira. É uma análise. Incomoda porque é, também, um fato.

Há um caminho – na maioria das vezes o único – da porcentagem mínima que chega ao estrelato futebolístico. Sai do povo para não voltar jamais ao povo. Casagrande escreveu sobre a união dos campeões da Copa-2022 para atacá-lo e nenhum movimento perante causas coletivas. No máximo, defendem o lugar de onde podem ser visto. Há exceções. Poucas. Parece que a falta de necessidade para tomada de decisões sobre a vida – mesmo as mais simples – afasta alguns indivíduos do futebol da realidade comum. Tudo passa pelo empresário, pai, irmão, parças, treinador, mãe, esposa – ele decide “apenas” com a bola nos pés e sobre o seu desfrute. Nada muito além disso.

Assim, a crítica desestabiliza. Acostumados com os maiores palcos, contra as maiores e mais apaixonadas torcidas, fora das quatro linhas ficam expostos. Sem cobertura. Atacam por um twett, uma fala e qualquer cobrança – quase sempre devida pelo espaço que poderiam ocupar na defesa por uma sociedade melhor. Custa.

Enfim, a Copa do Mundo é um evento. O maior de todos – com um ou outro zero a zero na sua programação. Entretenimento de alta qualidade, merecido pra gente. Não é obrigatório. Nem a única opção. É político. É social. Rende muito aos cofres da FIFA, pouco aos bolsos dos trabalhadores locais. Nem sempre é fácil ser brasileiro na torcida. É o bife de ouro, a opinião deslocada, o não pagamento da pensão… Para citar alguns exemplos. E ainda temos que lidar com uma seleção de jogadores – nem todos – que se autointitulam intocáveis e unânimes. De quatro em quatro anos a sensação é que às vezes estamos mais com eles do que eles com a gente.

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