Quanto vale ou é por peso?

As catracas vão girar mais pesadas para os passageiros dos transportes públicos em algumas cidades do ABCDMRR.

Desde o fim de 2021, muitas cidades da Região Metropolitana de São Paulo anunciaram ajustes nos valores das passagens de ônibus municipais. O Grande ABC embarcou nessa viagem, municípios informaram que para 2022 os valores não teriam como não serem reajustados, mas a pergunta de todos que passam nas catracas dos ônibus que cortam nossa região é: Quanto vale ou é por peso? O transporte da região não é um exemplo de mobilidade sustentável ou de conforto, o que não valeria os aumentos, mas carrega grande parte dos trabalhadores que diariamente pesam nas rodas gastas dos ônibus que saem superlotados mesmo em tempos de pandemia.

Para quem usa diariamente o transporte público cada centavo a mais pesa no bolso e no prato, seria impossível não levar em conta o estado dos ônibus, os horários incompatíveis com a rotina das cidades, a infraestrutura que incorpora todo o sistema viário que afetam as estradas por onde os trabalhadores passam e sentem a falta de manutenção nos pontos de parada, nas estruturas das rodoviárias, nas ruas e no próprio atendimento das empresas que prestam o serviço.

Em Ribeirão Pires, por exemplo, a passagem sairá dos R$4,40 para R$5,00 com a manutenção dos horários restritos, o que dificulta o acesso aos comércios e as empresas que já estão trabalhando em sistema total, deixando muitos passageiros com intervalos de mais de 1 hora e 30 minutos de espera, como é o caso do itinerário do Vila Nova Suissa. Segundo o próprio site da empresa de transporte de Ribeirão Pires, os horários foram alterados “EM ATENDIMENTO AOS DECRETOS MUNICIPAIS OU ESTADUAIS RELACIONADOS AO ISOLAMENTO EM PREVENÇÃO CONTRA O COVID-19”, porém a cidade já está sob regime de abertura total desde o fim de 2021 e por falta de atendimentos nos horários de pico a população sofre com a superlotação e falta de segurança sanitária dentro dos carros.

Sabemos que o país está em um desgoverno financeiro e estratégico que afeta vários setores, porém, também é de nosso conhecimento que o transporte público é um dos valores que mais pesa no fim do mês para quem está trabalhando, já que há desconto do salário; pesa para quem está a procura de uma oportunidade de trabalho e para quem busca acesso à saúde, educação, cultura e pretende se mover pela cidade. As empresas precisam ter maior transparência em suas indicações de gastos, as câmaras municipais devem estar atentas e fiscalizar esses aumentos, enquanto as prefeituras devem buscar outras formas que não lesionem o contribuinte e que possam oferecer um transporte público digno e que seja compatível com o valor pago pelo passageiro. Afinal, precisamos admitir, o valor pago não está de acordo com o nível baixo de atendimento e satisfação dos usuários, certo?

Acompanhe as cidades e os reajustes informados:

Mauá – R$5,00 (Bilhete Único)
Diadema – R$5,10 (Bilhete Único)
Ribeirão Pires – R$5,00
São Bernardo do Campo – R$5,10

E aqui as cidades que não confirmaram ou que indicaram que não vão fazer ajuste até o momento:

Santo André – R$4,75
São Caetano do Sul – R$4,50
Rio Grande da Serra – R$4,20 (a gestão indicou que está realizando estudos para avaliar se haverá reajuste no valor)

(Fonte: Levantamento da Agência Mural junto às prefeituras)

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