#Resenha | ‘A Voz Suprema do Blues’, para ver, ouvir e sentir
Produção foi indicada em cinco categorias do Oscar e está disponível no catálogo da Netflix
'A Voz Suprema do Blues'/ Netflix
Território Livre Fm Sintonizou e Recomenda ‘A Voz Suprema do Blues’, filme indicado ao Oscar em cinco categorias, Melhor Ator, pela atuação de Chadwick Boseman (Pantera Negra) como o músico Levee; Melhor Atriz, pelo trabalho de Viola Davis (Histórias Cruzadas, Esquadrão Suicida) como Ma Rainey; além de Melhor Direção de Arte, Melhor Cabelo e Maquiagem e Melhor Figurino.
O longa de George C. Wolfe (Um Momento Pode Mudar Tudo) acompanha um dia de gravação da Mãe do Blues, Ma Rainey, na Chicago de 1927. Durante esse processo, o clima de tensão é constante entre a artista, sua banda e produtores, provocado por diversas razões, e, também, o que coloca o encontro em alta frequência. O calor é presente. A iminência de que algo fora do tom está para acontecer não menos.
Outra presença na obra, a tensão racial entre brancos contra negros faz uma linha direta que atravessa os EUA do passado até sintonizar o país de hoje. Seja no diálogo entre os músicos, na confusão do trânsito na porta do estúdio ou na própria relação entre a cantora e a indústria, a violência é aparente de diferentes formas, através das memórias, na reação dos corpos ao dividirem o mesmo espaço e no choque cultural em determinado momento.
Nesse cenário quente e cheio de circunstâncias operando contra o ritmo, Ma e os músicos refrescam o abafado do ambiente com a tão esperada ‘Black Botton’, na sua versão e do jeito que ela quer. O som, realmente, preenche o silêncio do lugar e do espaço, como a artista mesmo diz sobre a capacidade do Blues. Viola Davis ocupa e ganha completamente toda a cena. Nesse momento, também é um toque a mais da narrativa ver a tecnologia da época em operação e como elemento que intensifica os conflitos.
Como ponto sublime, a atuação de Chadwick Boseman, é a própria personificação do ritmo. Último longa do ator, falecido em agosto do ano passado, seu trabalho oferece ao público uma partitura cheia de nuances. Leve quando se projeta aos seus sonhos, intenso quando é provocado e incansável quando não vê limite na porta fechada à sua frente. Sua interpretação fervorosa do trompista Levee rendeu uma série de prêmios póstumos, como o Globo de Ouro, o SAG Awards e o Critics’ Choice Awards, além de ser o favorito ao Oscar, que acontece neste domingo (25). Com tantas marcas, Chadwick Boseman também perpetua a de um artista apaixonado, de muita entrega e de um importante legado ao futuro.
Por isso e tudo mais, ‘A Voz Suprema do Blues’, que conta com a produção de Denzel Washington, é um filme para ver, ouvir e sentir; e está disponível no catálogo da Netflix.
