Mortal Kombat | Além dos games, um especial sobre a franquia
Ao longo dos anos, MK também ganhou seu espaço como websérie, quadrinhos e animação; Press Start!
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Em 1992, Mortal Kombat fez a sua estreia no universo dos games. Desde então, o jogo de luta clássico pelas cenas sangrentas e cheio de especiais criativos tomou as telonas algumas vezes, como no mais recente filme da franquia, em cartaz no cinema mais próximo de você.
Agora, se a sessão pipoca fora de casa ainda não é uma realidade devido à pandemia, o que é muito aconselhável, não será por falta de Mortal Kombat que os nossos dias serão mais tristes, afinal, MK já atacou como websérie, ganhou as páginas dos quadrinhos e bateu forte como filme animado. Dá o start neste combo de respeito:
Mortal Kombat: Legacy
A websérie nasceu de uma pequena amostra desenvolvida para aguçar a sede de um grande estúdio por um novo filme de Mortal Kombat. Sem sucesso, o diretor Kevin Tancharoen não cedeu e investiu em uma versão para a internet.
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Com nove episódios curtos, a primeira temporada estreou em 2011 com o propósito de apresentar a origem dos famosos personagens. Um mérito da obra é a criação de cenários bem específicos, coerente com a abordagem dada aos lutadores, utilizando-se de diferentes linguagens para dar conta de cada enredo. Outro ponto para destacar é a forma dinâmica que cada capítulo é apresentado, entregando uma narrativa coesa em poucos minutos, elevando a obra como um todo.
A direção de Tancharoen parece ter como ponto de partida o respeito e o conhecimento sobre a franquia, colocando seu lado fã lado a lado com o profissional que é, para, assim, não gastar fichas em vão. Se não fosse assim, não teria Ed Boon, criador de Mortal Kombat, fazendo uma ponta em um dos capítulos. Assim, a direção aposta no diálogo com o público, entrega em cena o que já está no imaginário para criar um combo de bons momentos. Como no Fatality desse primeiro ano, logo no começo, na luta entre Jax e Kano que é de tirar o fôlego. O ambiente cheio de explosivos torna tudo mais tenso. O desfecho do embate é simplesmente coerente e entregue de bandeja para quem é fã de Mortal Kombat.
Sem tempo para pause, a segunda temporada de MK: Legacy, lançada em 2013, tem 10 episódios e segue a mesma dinâmica de cerca de dez minutos de duração cada. Desenvolvendo pontos da primeira parte, agora o torneio começa a ganhar destaque e é o campo para alguns encontros interessantes.
Sem dúvidas, o confronto mais desenvolvido em tempo de tela é a história dos clãs rivais Shirai Ryu e Lin Kuei, apresentando Hanzo Hasashi e Bi-Han desde jovens, na vida adulta e no presente da série. A atmosfera é construída com o uso de flashbacks ao longo de quatro episódios, dividida em duas partes em cada ano. Sabendo das causas e consequências, vemos os motivos que fazem Scorpion e Sub-Zero passarem por cima do compromisso de trégua até se lançarem ao combate mortal.
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Kung Lao, interpretado por Mark Dacascos, tem sua história cruzada com outro clássico lutador, Liu Kang, que ganha mais destaque nessa segunda temporada em uma versão inesperada do personagem. Mas Tancharoen não precisa se explicar, o diretor justifica na ação com méritos e cria um ótimo programa de Mortal Kombat. Ao final de tudo, a sensação é de dualidade, Legacy se apresenta e se efetiva como legado, mas não deixa de ser um game over pela falta de mais rounds numa boa e necessária terceira temporada, que chegou a ser especulada e não aconteceu. É possível assistir as duas temporadas de Mortal Kombat: Legacy no YouTube.
Mortal Kombat X nos quadrinhos
O jogo Mortal Kombat X foi lançado em 2015, ao mesmo tempo uma série em quadrinhos pela DC Comics acompanhou a história apresentada no game. No Brasil, a Panini publicou dois volumes. O primeiro deles, Laços de Sangue, segue a narrativa entorno das adagas Kamidogu, peças místicas, e os eventos entre o Submundo e a Terra. Em meio a muita pancadaria e as disputas pelo poder, o futuro da franquia ganha destaque dentro das tramas familiares, como com a estreia da dupla de melhores amigas Cassie Cage, filha de Sonya Blade e Johnny Cage, e Jacqui Briggs, herdeira de Jax. As meninas esbanjam personalidade, mas sabem que quando a coisa complica é bom ter a segurança dos mais velhos por perto.
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Scorpion também está envolvido em uma jornada de gerações e cheia de conflitos, na companhia do jovem Takeda rumo ao desconhecido, inflamado pela chama da vingança, na busca por respostas. As mudanças de cores nas páginas, conforme o espírito dos personagens, é uma magia aos olhos, como quando Scorpion é tomado pela fé incendiária do fogo.
Na segunda edição, Deuses de Sangue, alianças inusitadas, traições e um vale-tudo de todos os lados pela união das seis adagas Kamidogu garantem boas páginas de ação. No Reino da Terra, Scorpion e Takeda encaram desafios sobrenaturais, guerreiros possuídos pelo código de sangue cruzam a jornada da dupla. Em Outworld, uma batalha entre os reinos de Kotal Kahn e Gorbak, pai de Goro, invade a história com uma boa sequência de quadros de ataques generalizados e bons diálogos.
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Toda a arte apresentada em ambos os volumes é um bônus para fãs da franquia, o visual dos lutadores e suas ações são pontos que sustentam a leitura mesmo se quem estiver virando as páginas não for alguém tão sintonizado com a cronologia de MK. Reptile é um caso desses. Seu visual e a forma como o personagem ganha voz nos quadrinhos é uma boa dose de criatividade.
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No último volume, Ilha de Sangue, não publicado no Brasil, temos o desfecho do prelúdio. Johnny e Sonya estão diante de Cassie, possuída, na Ilha de Shang Tsung. Uma revelação sobre a quantidade das adagas Kamidogu abala toda a trama. Takeda surge colocando em prática as habilidades aprendidas com seu mestre, Hanzo. Os eventos seguintes encaminham a narrativa para o jogo Mortal Kombat X.
Então, mesmo para quem não está conectado com o game, não há motivos para receio, Mortal Kombat em quadrinhos é um bom programa, com um roteiro empolgante e repleto de ação por Shawn Kittelsen; ilustrações de Dexter Soy e Daniel Sampere; e cores por Veronica Gandi e Kyle Ritter; entre outros artistas.
Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion
No filme animado, lançado em 2020, a pancadaria ganha um espaço de respeito, tornando o título um produto para o público adulto. Sem tempo para introduções, Hanzo Hasashi é desafiado a lutar com todos os seus recursos e habilidades para salvar o que ainda resta do seu clã. Não há novidades na narrativa, mas a roupagem das cenas de ação na versão animada e o trabalho estético para mostrar os efeitos que um golpe bem aplicado pode causar no corpo do oponente são ótimos atrativos.
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Na trama paralela, Lord Raiden tem a missão de reunir um trio de kombatentes para salvar o Plano Terreno. Com personalidades distintas, o grupo formado pelo disciplinado Liu Kang, a determinada Sonya Blade e o descompromissado com a realidade Johnny Cage vai tomando forma conforme os acontecimentos do torneio na Ilha entre a Terra e o Submundo.
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Partindo por essas duas linhas, o diretor Ethan Spaulding costura as histórias, ao mesmo tempo que Scorpion está em uma jornada individual por vingança, ele demonstra certo controle sobre a sua chama e ganha status de aliado para as forças que defendem a continuidade da vida na Terra. O protetor do Plano Terreno, Raiden, tem uma presença forte tanto com as palavras quanto com as ações. Liu Kang carrega a sonoridade dos games nos seus embates.
A animação também conta com bons momentos de Jax, Kano e a facção Dragão Negro, além de muito sangue e ossos quebrando, como todo bom e velho Mortal Kombat.
Assim, Mortal Kombat Legends: A Vingança de Scorpion, disponível para locação nas plataformas digitais e compra, se apresenta como um bom entretenimento. O filme lança uma possibilidade de sequência e, convenhamos, não seria uma má ideia investir mais algumas fichas para construir um universo de animações sobre MK…
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